quarta-feira, 23 de março de 2011

Pai Nosso...



O pão nosso
Catequista Ires Lausmann Klein, Professora, Pedagoga, por 30 anos dedicada à educação. Atualmente Professora aposentada, é membro do Conselho de Educação da IECLB e integrante do Conselho Sinodal do Sínodo Rio dos Sinos. Atua como Assessora na Formação de Professores de Ensino Religioso

   de cada dia nos dá hoje - Muitas vezes, oramos o Pai Nosso formando um círculo de mãos dadas. É significativo que esta oração inicie com uma confissão de fé: Pai Nosso. Aí está implícita a relação que temos: somos filhos e filhas de Deus.
   Ao proferir o pedido O pão nosso de cada dia nos dá hoje está explícita a nossa humanidade, a dependência do nosso Criador. Ser criatura é dar importância ao dom da vida e ser responsável em preservá-la, em todas as dimensões. Assim, é imprescindível implementar ações para a conservação de tudo o que faz parte do pão nosso de cada dia: alimentação, educação, saúde, moradia, convivência na comunidade, leitura da Bíblia, trabalho, etc.
   A propósito: o que fazemos com a sacola plástica onde é colocado o pão que compramos? Qual é a relação com a petição acima? A oração começa e termina nas ações do nosso cotidiano. Vivemos de modo interdependente, cuidando do meio ambiente local e global.
   Saber de onde vem e para onde vai a sacola plástica tem a ver com economia sustentável, justiça e vida digna para todas as pessoas. O pão nosso de cada dia envolve muito mais que farinha e fermento, tendo implicações para a vida de cada uma e de todas as criaturas da Terra.
   Todas as vezes que nos damos as mãos para orar como Jesus nos ensinou, estamos confessando a nossa fé e assumindo o compromisso mútuo pela preservação da vida, manifestada no amor de Deus às suas criaturas.
Para refletir, leia Provérbios 30.8


e perdoa as nossas dívidas
Catequista Remí Klein, Graduado em Letras, com especialização em Literatura Brasileira, Mestrado e Doutorado em Teologia na Área de Concentração em Religião e Educação. Atua como Docente na Faculdades EST e na UNISINOS, ambas em São Leopoldo/RS, na área de Religião e Educação

   assim como nós também perdoamos aos nossos devedores - A quinta petição do Pai Nosso é a mais extensa e, certamente, uma das mais difíceis de orarmos e praticarmos. É uma petição que fazemos a Deus associada a um compromisso que assumimos perante Ele em relação aos nossos semelhantes. Pedimos por perdão e nos comprometemos a perdoar. Reconhecemos a Deus erros, falhas, culpas e omissões. Ao mesmo tempo, pedimos a Ele que nos aceite, acolha como somos e nos ajude a exercitarmos este perdão com as outras pessoas.
   Associo esta petição à parábola de Jesus em resposta a uma pergunta que Pedro lhe faz sobre o perdão. Ao Jesus lhe dizer que deve perdoar até setenta vezes sete, com este cálculo aponta para o perdão incondicional que espera de Pedro e de cada um e cada uma de nós.
   Jesus continua o seu diálogo com Pedro contando uma parábola Uma pessoa teve uma dívida enorme, impagável, mas, mediante a sua súplica, esta lhe foi perdoada. Em seguida, esta pessoa agraciada com o perdão não o exercitou com o seu semelhante que também lhe era devedor. Então, diante deste fato, lhe foi retirado o perdão.
   Jesus termina a parábola conclamando cada qual, no seu íntimo, a perdoar o seu irmão. Na petição do Pai Nosso, também há esta vinculação entre o pedido de perdão a Deus e a disposição em perdoarmos. Quem nos ensinou e ensina a orar assim foi e é o próprio Senhor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro e nós perdoamos porque Ele nos perdoou primeiro.
Para refletir, leia Mateus 18.21-3

e não nos deixes cair

Cat. Doris Ivete Radmann, formada pela Escola Normal Evangélica (ENE), em Ivoti/RS, é Professora aposentada pelo município de Igrejinha/RS. Atua como Orientadora Educacional no Instituto de Educação Olívia Lahm Hirt, em Igrejinha

   em tentação - Constatamos que a tentação está presente em todo o tempo e lugar, em especial em nós mesmos. O desejo de ter mais, o melhor, ser o primeiro, o mais forte, o mais famoso, burlar leis e regras para obter vantagens, deixar de falar a verdade para não assumir responsabilidades sobre os próprios atos. Estes são, na verdade, atalhos para promover-se.
   Deus deu orientações claras para evitarmos o sofrimento e a desgraça e assim vivermos e convivermos de maneira agradável: os Dez Mandamentos.
   Martim Lutero, no Catecismo Menor, responde Deus, em verdade, não tenta ninguém; mas suplicamos nesta petição que nos guarde e preserve, para que o diabo, o mundo e a nossa carne não nos enganem, nem nos seduzam a crenças falsas, desespero e outras grandes infâmias e vícios; e ainda que tentados, vençamos afinal e retenhamos a vitória. Precisamos estar sempre atentos, pois a tentação se apresenta de forma encantadora, lembrando a planta carnívora que atrai as vítimas com cores e perfumes.
   Vivemos em um mundo de competição permanente no qual são premiados os melhores, os mais velozes, os mais hábeis, os mais... nos instigando a buscarmos a fama e o poder.
   Quando acontecem os exageros? Não é exatamente quando se tem comida boa e farta, companhia para uma rodada de cerveja, dinheiro fácil, carro potente? Quando a situação parece estar a nosso favor ou a solidão e o desespero batem à nossa porta, corremos o risco de ‘perder a cabeça’, por isso Jesus recomenda que peçamos ao Pai Celeste que não nos deixe cair em tentação.
Para refletir, leia Mateus 4.1-11


mas livra-nos do mal
Cat. Elvino Radmann, formado pela Escola Normal Evangélica (ENE), em Ivoti/RS. Atua como representante da IECLB junto à Seccional do Coner e na equipe de Apoio ao Ensino Religioso no Vale do Paranhana

   Quem de nós não praticou algum mal ou sofreu algum mal praticado por alguém? Podemos concluir que o mal é consequência da desobediência aos mandamentos de Deus, que, por sua infinita bondade e amor, deu ao seu povo os Dez Mandamentos para que tivesse vida e convivência agradável.
   Martim Lutero explica da seguinte forma Suplicamos, em resumo, nesta petição que o Pai Celeste nos livre de todos os males que afetam o corpo e a alma, os bens e a honra e, finalmente, quando vier a nossa hora derradeira, nos conceda um fim bem-aventurado e nos leve, por graça, deste vale de lágrimas para junto de si, no céu.
   Entendemos que o mal é tudo o que traz sofrimento, quer sejam fatores da natureza, doenças, desamparo, ganância, inveja, inimizades, mentiras, calúnias, bullying, avareza, poluição ambiental, vícios que levam pessoas e famílias inteiras ao sofrimento, falta de moradia digna, desemprego, ausência de cuidado, irresponsabilidade no trânsito, entre tantos outros.
   Como seres humanos, tentamos eliminar o mal causado por fatores externos a nós, mas temos muita dificuldade em controlar ou a eliminar o mal que há dentro de nós. O grande mal que impede a boa convivência é o fato de não conseguirmos aceitar o outro como ele é. Mais grave ainda é quando não conseguimos aceitar a nós mesmos com as nossas limitações e quando não conseguimos nos colocar no lugar do outro.
   Fomos criados para uma convivência harmoniosa com os nossos irmãos. Os tantos males que afligem a humanidade nos motivam a orar Pai Nosso... livra-nos do mal.
Para refletir, leia o Salmo 34.1-22     
 Fonte:http://www.jorevluterano.com.br/edicao_topico.php?id_categoria=6&id_edicao=47

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